-- E a senhora não irá se pronunciar sobre o caso? Não dirá sua
versão da história? – Perguntava o juiz, de um modo que aparentava estar de
saco cheio daquelas mesmices de sempre.
-- Era uma tarde quente de verão, nós dois estávamos com um grupo
de amigos na minha casa conversando sobre coisas idiotas e sem nexo.
Namorávamos fazia mais ou menos um ano, eu sempre me senti atraída por ele e
seus olhos misteriosos, nosso namoro era normal tínhamos altos e baixos, mais
depois começamos a ter mais baixos do que altos. Nesse mesmo dia em minha casa,
após nossos amigos saírem, tivemos uma discussão sem sentido algum, ele
segurava meu braço com muita força enquanto eu o pedia mais carinho no
relacionamento e para acabar com aquele pensamento que eu estava o traindo com
seu melhor amigo. Quando me soltou ajoelhou-se implorando meu perdão e
perguntando o que deveria fazer para me recuperar, acariciei delicadamente seu
rosto e pedi que me desse uma grande prova de amor, ele me olhava confuso e
pensativo e saiu de casa muito rápido sem dizer nada...
-- Veja bem, queremos saber como foi a ultima vez que você o viu
como ele se comportava? – O juiz às vezes parecia querer desenterrar... Bem
aquilo era o seu trabalho.
-- Ficamos uma semana sem nos falar, não estava agüentando mais
aquela pressão jogada para cima de mim. Tínhamos uma ligação muito forte,
éramos colegas de sala, vizinhos e quase parentes, e aquilo doía muito, me
subia uma vontade imensa de chorar, e um vazio invadia meu peito como se aquele
garoto fosse embora de lá. No colégio estava tendo um campeonato de futsal,
tentei falar com ele, mas ele estava jogando. No outro dia de manhã ainda bem
cedo umas 7hrs, eu o encontrei e acabei pedindo desculpas e até então estava
tudo bem, só não estávamos falando um com o outro. Eu juro... ju-juro gente que
o sinal estava fechado pros carros e aberto para os pedestres, mas na hora de
atravessar a rua, um caminhão vinha na minha direção, como se não tivesse
freios, mas antes de o carro me massacrar, ele me empurrou e sofreu o
aci-acidente que estava marcado para mim, a última coisa com que me lembro que
ele disse foi “Querida, essa é a minha prova de amor para você”.
-- Então ele se sacrificou por você? – O juiz havia se
manifestado. Eu estava chorando não agüentava mais aquelas perguntas, ele era o
meu grande amor desde o 7° ano, foi ele com quem eu vivi várias aventuras.
-- Sim meritíssimo, a culpa é toda minha, foi por mim que ele
havia feito aquilo, era meu aquele pedido idiota, mas... dele eu apenas
queria... uma prova de amor.
MORAL: Nunca tome
decisões precipitadas, viva o hoje com quem se ama, pois no amanhã podemos
perdê-las.